quinta-feira, 21 de maio de 2009

A representação masculina

A representação masculina
Os Simpsons é uma série de televisão que tive início em 1989, e que representa a família norte-americana, e seu estilo de vida na linguagem da mídia. A série é construída sob narrativas cinematográficas. Os personagens arquetípicos dos mitos influenciam narrativas do cinema atual, essas são adotadas pela série.
A série fala de temas como: vivência familiar, racismo, adultério, fanatismo religioso, homossexualismo, corrupção, entre outros, mas não com partidarismo ou moralismo, a série busca mostrar pessoas pouco instruídas que são facilmente influenciadas pela mídia, políticos e lideres religiosos.
São apresentados vários personagens que representam de forma exacerbada os americanos hodiernos, no geral são mostrados homens fracassados, incompetentes, bobocas. Enquanto que as mulheres são empreendedoras, inteligentes, politicamente corretas.
Na série, dos integrant4s da família Simpson Homer é a banalização da representação masculina atual. Para o autor do texto a representação do homem como um fracassado expressa uma das formas de violência da sociedade, ele classifica essa representação de homem como Homer de ‘loser’, alguém que precisa ser eliminado, pois não sabe agir diante de situações complexas, e não tem vitalidade nem vigor. A violência então surge como saída, dando sentido a vida do sujeito, e por meio dela ele traz para si força e vigor.
Os índices de violência cresceram exorbitantemente nas duas ultimas décadas, sendo motivo de grande preocupação dos lideres de nossa sociedade e também da própria sociedade em geral. O que se constata é que a maioria dos autores de crimes e atos violentos são homens, o corrobora a imagem banalizada referida aos homens, uma pesquisa do IBGE mostra que 93,3 % dos presidiários trabalhavam, e metade desses começou a trabalhar entre os 10 a 14 anos. Esses dados mostram também a influencia de fatores sócio-econômicos para o fomento da violência e criminalidade.
Dados históricos mostram que desde os nossos antepassados a violência é cometida em sua maioria pelos homens, o “patriarcado” é defendido por alguns como conseqüência da evolução biológica dos homens, para defender a sociedade, e em prol dos interesses de ambos os sexos, conferindo aí um grande valor ao papel do homem na sociedade.
Na transição das pessoas para o individualismo há um processo de desvalorização dos valores do patriarcado e da imagem masculina, assim o homem procura na violência ter uma representação social, ter significado para sua vida, dessa forma surgem os skinheads, os bad-boys.
Nesse contexto é notada a ligação entre subjetividade masculina e violência, é notado também a ligação dessa subjetividade e o trabalho, tanto a violência quanto o trabalho estão ligados a virilidade, a potencia, e quando o individuo trabalhador perde essa condição, ou seja fica desempregado, perde esse sentimento de potencia, de virilidade e pode recorrer a violência para “recupera sua representação de masculinidade”, seu estado potente.
Algo importante de ser citado também é também o processo que leva um menino a adquirir o estado de homem, pesquisas mostram que duros procedimentos os meninos tem que passar para serem considerados homens em várias sociedades, esse processo geralmente envolve violência e dor, ao conseguir passar por esse processo o homem é valorizado e honrado pela sociedade, quando não consegue é considerado um “não-homem”.